Thursday, January 31, 2013

18%

Uma coisa eu aprendi nesses anos todos no food business. Adicione os 18% SEMPRE que a situação permitir. Se o cliente quiser deixar a mais ele vai deixar. E vai mesmo! Melhor do que correr qualquer risco de atender uma mesa pra 10 pessoas e sair com $5 doleta no bolso.

Sunday, January 27, 2013

Dia de jogo

Dia de jogo na pizzaria brasileira que eu trabalhei era um inferno. Os torcedores morrendo de fome, mas a gente não podia passar na frente da televisão. Ninguém prestava atenção nos sabores do rodízio quando a gente falava, e ficavam reclamando que “tal pizza não passou”. Quem ganhava até que dava tip. Quem perdia não deixava nem um muito obrigado. Fora os que iam só pra assistir o jogo, não comiam, levavam sua própria cerveja, não pagavam a rolha e deixavam seu lindo lixo pra gente limpar. Morro de saudades, só que ao contrário.

Tuesday, January 22, 2013

Por conta da casa

No sports bar que eu trabalhei o dono dizia o seguinte: a tip é de vocês, façam o que quiserem. Se o cliente foi rude e vocês quiserem ser rudes de volta, problema é de vocês. Acho que foi daí que eu fiquei meio abusadinha. Bom, pelo menos era melhor do que uma co-worker que eu tinha. Ela era pititica, uma bonequinha, mas se o cliente enchia o saco dela, passava perto da mesa, soltava pum e fazia cara de Monalisa. O dono se divertia com a gente. E algumas vezes (poucas, é verdade) ele até tomava as nossas dores. Certa vez essa senhora se sentou, pediu, recebeu o pedido, não gostou, devolveu, pediu outro, pediu mil outras coisas, cada hora uma coisa, reclamou, reclamou e reclamou. Era minha última mesa do dia (claro!), eu já não aguentava mais, até que a simpática senhora, ao invés de me chamar, começou a estalar os dedos. Eu só olhei pro dono e ele sentiu o drama. Eu disse: “Eu não vou lá!” E ele: “Não quer ir não vá, é a sua tip.” Eu passava, olhando pro outro lado, fingindo que nem era comigo, e ela estalava os malditos dedos. Uma hora o dono se irritou e foi andando em direção da mesa da muié. A senhora: “Com licença, o senhor é o gerente?” E ele: “Não minha senhora, eu sou o dono.” “A sua garçonete é muito petulante”, ela disse. E ele: “É mesmo? Por quê?” No que ela explica: “Porque eu estou aqui há horas chamando por ela e ela finge que não me vê.” E ele, dando o golpe de mestre: “Olha minha senhora, eu estou sentado ali naquela mesinha há horas e vi a senhora estalando os dedos, mas achei que era pra um cachorro na rua. Garçonete minha é tratada com respeito. Agora a senhora pode se retirar, por favor, sua refeição será por nossa conta.” Pena que ele virou um bebaço depois.

Monday, January 14, 2013

Vai a pé!

Você me tipa $1,83 EM MOEDAS numa conta de $62,00?! No sir, I can't call you a cab.

Wednesday, January 9, 2013

Tá servido?

Só eu trabalhei com uma pessoa que tomava o resto das bebidas dos clientes. No mesmo copo, sem distinção de raça, sexo ou credo. Sem medinho nenhum de herpes e otras cositas más. Esse mesmo ser fazia um pratinho com o resto da comida de cada mesa e se deliciava. Não, ele não era pobre. Sim, ele foi demitido.

Friday, January 4, 2013

Reservation

7h da noite e eu atendo o telefone: “Em que posso lhe ajudar?”.. “Eu gostaria de fazer uma reserva”... “Pra quando?”... “Pra hoje mesmo”... “ Que horas?”... “7h15”... 3 segundos de siêncio e eu respondo: “Senhor, quando o prazo é assim curto, é melhor que o senhor venha ao restaurante e providenciaremos uma mesa o mais rápido possível”. Mas o que eu quero REALMENTE responder é: “Ô seu oreia seca, RESERVA existe pra ser feita com antecedêcia. Não de 15 minutos, mas de pelo menos 1 ou 2 horas, pra que a mesa possa ser preparada para você. Ou você acha que vai chegar aqui e eu vou chutar pra fora uma mesa pra sua belaza se sentar? O máximo que eu poderia fazer por você é colocá-lo numa lista de espera, mas você é tão tonto que nem merece. Chega mais e eu vejo o que posso fazer”. Mas é claro que não falo, porque eu sou um anjo.