Thursday, December 27, 2012

Team player

Eu tive um chefe que pedia pra gente – os servers, os cozinheiros, os preparadores e qualquer um que ali passasse – recolher lixo da rua. Isso, sabe lixo que o homeless deixou e o gari passará pra recolher? O próprio. Nada contra a profissão, mas é que esse chefe achava que o fato de pagar a hora englobava toda e qualquer função. Acho que se ele tivesse com uma unha encravada era capaz de pedir pra gente fazer o pé dele. Enfins, eu disse que não, que não iria recolher o lixo da rua. Que trabalhava para ele e não para a cidade. Ele ficou louco, falou mal de mim pro restaurante inteiro e disse que eu não era team player. Graças a Deus, por volta dessa mesma época, no ano passado, eu parei de jogar no super time dele.

Wednesday, December 19, 2012

Homemade

Quando vou mostrar o cardápio de sobremesas, sempre explico qual é a sobremesa do dia. Quase sempre ela é algo feito em casa. Já na sequência falo das outras duas que também são homemade e que, na minha opinião, são as mais gostosas que a gente tem. Ou seja, a frase vai mais ou menos assim: “O especial do dia é (coloque aqui o especial) feito em casa. Também o arroz doce e o alfajor são feitos aqui”. Aí o sujeito tem a coragem de olhar bem pra minha fuça e dizer: “e o bolo é feito em casa?”... “Não..”... “E a bomba é feita em casa?...”… “Não”... E, resumidamente, ele pergunta um por um dos outros ítens. Amigo, se fossem feitos em casa, eu já teria dito. Ele pediu o bolo.

Friday, December 14, 2012

Confissões de garçonete

Quem quer saber que tipo de garçonete eu sou é só assistir “Waiting”. Posso apostar que a personagem Naomi, interpretada por Alanna Ubach foi inspirada em mim. O filme é de 2005, com Ryan Reynolds, Anna Faris e Justin Long. Super engraçado pro público em geral e com um gostinho de ‘já passei por isso’ pra quem já trabalha ou já trabalhou em restaurante.

Saturday, December 8, 2012

A última mesa

Uma das grandes dúvidas da humanindade que eu tenho é: “Por que a última mesa é sempre a mais mala e tipa pouco??” É sempre a última mesa que quer fazer substituições mirabolantes, sendo que o menu diz claramente que a gente não as faz. É sempre a última mesa que reclama e devolve o prato. É sempre a última mesa que não gostou da bebida. É sempre a última mesa que quer uma sobremesa que acabou, e se indignam como se fosse o apocalipse. E, como se a culpa fosse sua, eles te deixam $2, depois de ficarem meia hora se enrolando com o cheque até pagar a conta.

Monday, December 3, 2012

We don't have it

Logo que comecei no food business (hahaha) desenvolvi uma técnica que uso até hoje: quando o cliente pede algo que não entendo, pergunto duas vezes. Na terceira: “nós não temos”. A técnica é muito boa. Menos quando a mesa ao lado pede a mesma coisa só que de uma forma que eu entenda. O sotaque do negro americano é, muitas vezes, um tanto quanto difícil de entender. No primeiro mês atendendo mesas, um negro desses bem simpáticos, pede um “Arrrrooll Alrrrer”. Eu: “Desculpe, pode repetir?" Ele: "Arrrrooll Alrrrer”. Sem graça, eu: “ Perdão...”, no que ele repete, ainda com paciêcia: “Arrrrooll Alrrrer”. Eu, com cara de tonta: “Ah.... nós não temos”. Conformado, ele pede uma coca. Minutos depois, o casal da mesa ao lado pede um ice-tea e uma limonada. O negro, bem simpático: “Com licença, vocês tem ice-tea?” Eu, toda simpaticona também: sim, temos”. Ele emenda: “Vocês tem limonada?” Eu, toda feliz por estar entendendo: sim, também temos”. Aí ele dá a cartada final: “Então como vocês não tem “Arrrrooll Alrrrer?” Eu faço cara de Monalisa e peço “um minutinho faifavô”. Vou até o bar e pergunto se temos “Arrrrooll Alrrrer”. O bartender e outro garçon – que por ali passava – me olham com cara de “quê?!” e eu explico: “não entendi direito, sei que leva chá gelado e limonada. Eles caem na gargalhada: “ARNOLD PALMER!!” Pra quem não sabe, Arnold Palmer é uma bebida tão comum quanto coca-cola aqui. Batizada em homenagem a um jogador de baseball (se não me engano) que leva, nada mais, nada menos, do que metade ice-tea e metade limonada. Se eu fosse o negro... “We don´t have it my ass, young lady!”

Tuesday, November 27, 2012

Água, leite ou limonada

Aqui tem uma coisa contra a coca-cola pras criancas. Aparentemente não é tanto pelo açucar, já que a muitos pais deixam seus pimpolhos tomarem sprite, mas pela cafeína. Tanto é que o ice-tea também quase não é permitido pra eles. No Brasil a gente aprende que chá é saudável, toma café desde criancinha e refrigerantes em geral, nem sempre são um problema. Questão cultural, quem sou eu pra discutir, explicar ou entender?! Só que eu morro de pena quando a criancinha pede pros pais se pode pedir coca e eles dizem, sem titubear, que não: “Água, leita ou limonada”. A criança humilhadinha pede um dos três, e vem o pai, todo todo e pede: “E para mim, uma coca”. Eu tenho vontade de dizer: “Não, não, não, meu senhor. Água, leite ou limonada?” Que dó, que dó.

Saturday, November 24, 2012

After the last call

Geralmente quando o restaurante está perto do fim do shift, fazemos o last call. Vamos de mesa em mesa avisando que a cozinha irá fechar e perguntando se querem mais alguma coisa. A pessoa diz não. Quando terminam e nós vamos tirar o prato – uma meia hora depois – tem sempre uma criatura que pergunta: “mas sobremesa pode pedir, né?”. Queridos clientes, sobremesa é comida, comida se faz na cozinha e, se o last call já foi dado, não existe nada do tipo ‘after the last call”, ok?

Sunday, November 18, 2012

New logo

É, não é assim uma Brastemp e tão pouco personalizado. Mas achei uma gracinha e é melhor do que ficar me vendo todo tempo. Obrigada pela dica, Thaís :)

Friday, November 16, 2012

Um logo prA Dolorosa

Pessoas, alguém aí afim de fazer um logo pra esse nosso tão estimado blog? Eu sou bem dummie pra essas coisas... Pode ser bem simplinho, só não aguento mais ver a minha própria cara cada vez que posto. Obrigadinha desde já :)

Wednesday, November 14, 2012

Seu bêbado!

Meio-dia e quinze, o sujeito, metido a engraçadinho, pergunta: "Quanto tempo falta para o happy hour?" Eu dou aquela risadinha mais falsa que nota de $3 e na minha cabeça respondo: "começa às 5:30, seu bêbado pobre".

Monday, November 12, 2012

Confissões de garçonete

Quando um cliente demora no banheiro eu sempre penso que ele tá fazendo cocô.

Monday, November 5, 2012

Incompetência

Um chefe meu tinha mania de postar no facebook e`ventos que aconteceriam no restaurante. Ele não avisava nada pra gente, postava lá que iria passar o jogo tal e não avisava nada. Eu não tinha mesmo como saber, afinal, já tinha deletado o indivíduo a muito tempo porque ele tinha o hábito de fuxicar na vida dos funcionários. Um belo dia começa a chegar gente que não acabava mais. “Viemos pra ver o jogo”. Ligamos para o chefe, ele abismou que a gente não sabia de nada: “Coloquei no facebook!” Enfins, ele mandou a gente “dar um jeito e procurar”. Detalhe: a gente não tinha a menor idéia de qual dos 500 canais era. A televisão também não tinha controle remoto e pra mudar o canal era necessário utilizar uma escada de pedreiro. Pra finalizar, o restaurante bombando, só 3 garçonetes. E ele chega lá gritando: “Vocês são um bando de incompetentes!!”. Meses depois esse mesmo homem me indicou o livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”.

Friday, November 2, 2012

Minha nada glamurosa vida

Alegria de garçonete é pegar o número exatinho de talheres pra fazer o set up das mesas. A gente fica felizona e geralmente não tem nem ninguém perto pra celebrar tal feito com a gente.

Monday, October 29, 2012

When you have a chance

Como nem só de reclamação vive essa garçonete que vos fala (tá vendo?!), hoje vou falar sobre uma expressão que eu adoro: “When you have a chance”. Eu simplesmente adoro quando alguém me pede algo seguido de um “when you have a chance”. Você sabe que a pessoa provavelmente quer o que quer que seja que ela quer naquela hora, mas acho tão considered de ela “perceber” que você está ocupada, e não ficar fazendo pressão. Acho um jeito bem fofo de pedir as coisas. Juro, quando alguém me pede assim, eu paro tudo e faço. É como me ensinou um antigo gerente: “o dar está no pedir”.

Wednesday, October 24, 2012

Eu posso com isso?

Dai eu tô treinando a mocinha, ainda não tinha nenhuma mesa, eu só passando as coisas mesmo, falando. Termino e pergunto se ela tem alguma dúvida. Ela responde que acha que vai ser muito pra ela, muita informação e - PALAVRAS DELA - "I'm a little stupid". E eu faço o que agora?

Tuesday, October 23, 2012

O dia em que eu fui demitida

Ao longo dos meus 9 anos de EUA, só trabalhei em 7 restaurantes. Digo “só” porque conheço gente que tá aqui há dois anos e já passou por uns 10 trabalhos. Eu geralmente duro nos empregos, porque escolho onde me sinto ã vontade e porque sou uma boa funcionária. Desses 7 restaurantes, eu saí de 3 porque fecharam, de 2 porque tive uma oportunidade aparentemente melhor e de apenas 1 fui demitida. E é essa história que vou contar hoje. Eu trabalhava no chinês fazia mais de 2 anos. Não gostava muito de trabalhar lá. Clientes esnobes e a gente era exageradamente exigido pro pouco de gorjeta que fazíamos. Mas trabalho é trabalho, e confesso que estava um pouco acomodada naquela época. Gerente nenhum parava lá. Imagino que, se para nós, humildes servers, era um tormento, para eles deveria ser um inferno. Eis que entra esse Japonês, no maior estilo Yakuza. Ninguém gostava dele, mas comigo, pessoalmente, ele nunca tinha feito nada. Certa noite, o restaurante razoavelmente ocupado, minha co-worker oferece ajuda. Eu tinha tudo sob controle, mas sei que é ruim ficar parada, e como ela se ofereceu, pedi que levasse as bebidas da mesa 1 enquanto eu levava a conta de outra mesa. Dali um pouco ela volta toda séria, dizendo q o Japa gritou com ela porque ela estava me ajudando. Nisso vejo o próprio carregando as tais bebidas. Digo pra ele que eu mesma posso levar, no que ele responde com um GRITO: “Se você não dá conta do seu serviço, chame o gerente pra te ajudar”. Com toda a calma que me é peculiar (num primeiro momento) eu expliquei, já que ele era novo na bagaça, que ali a gente fazia team work. Que eu na verdade estava bem, mas que a menina tinha oferecido ajuda. Ele nem vira pra mim e solta um sonoro “SSSHHHHHH!!!!”. Eu, estupefata: “Excuse me?!” Ele: “ Shut up!” Eu olhei bem pra cima (ele era alto) e com meu dedinho apontadinho (eu sou abusadinha) disse: “Você pode falar assim com os seus amigos, com a sua família, mas não vai falar assim comigo!” Virei as costas e saí. Geralemente eu era cortada as 8h30m e como já era mais de 9h, fiz meu cash out e me fui. No outro dia liguei para pegar meu schedule e qual não foi a minha surpresa quando soube que meu nome não estava nele. Pensei: “Fui castigada”, e até aí tudo bem. Mas não, fui mandada embora por abandono de serviço. O mané afirmou que não tinha me cortado oficialmente e que eu saí andando. A gerente geral me pediu desculpas e disse que não havia muito o que podia fazer, porque eles eram uma corporação e blá-blá-blá. Eu agradeci e disse que não queria o emprego de volta. Que eu não queria mesmo trabalhar num lugar que não respeitava seus funcionários. Nunca assinei minha demissão. E fui muito mais feliz depois que saí de lá.

Thursday, October 18, 2012

Só eu

Só eu trabalhei num lugar que fechava às 10h mas se o cliente chegasse lá as 11h e o dono estivesse lá ele mandava atender. Não importa se a noite foi mega slow e você ficaria lá pelo menos 1 hora a mais pra ganhar $3,oo. Era pra isso que a gente tava lá.

Monday, October 15, 2012

Homemade

Daí eu levo o menu de sobremesas e falo: "O especial do dia eh um homemade flan. O alfajor e o arroz con leche também são homemade". Dou uns 2, 3 minutos pro casal decidir e quando chego na mesa ouço a pergunta: "O bolo de chocolate é homemade?". Engulo seco, dou um sorriso e respondo: "Não, meu senhor. Somente o flan, o alfajor e o arroz con leche mesmo". Cá comigo eu penso: "se fosse eu teria mencionado, não é mesmo?!"

Tuesday, October 9, 2012

É uma questão de opção

Nosso happy hour vai das 5h30m às 7h30m. Chegou até esse horário, pode pedir do happy hour menu. Para os clientes que já estão lá, uns 10, 5 minutinhos antes de dar o horário, a gente faz a ronda do last call. Depois disso é tudo preço normal. Não é uma ciência assim tão grande. Pois é, esse casal chegou às 5h30m. Ele pediu Cristal e ela Mojito. Praticamente pediram um de cada prato do happy hour e estavam felizões. Fiz o last call e ele aceitou mais uma cerveja. Retirei o menu da mesa. Continuei checando, vendo se estavam bem – assim como fazemos com todas as mesas. Um pouco mais tarde, copos vazios, como boa garçonete que sou, ofereço mais um drink. Dessa vez cada um pede um. Ela, peruana, estava no céu: "Tudo delicioso!" Ele vibrava com a alegria dela. Pediram a conta. Caras feias. Vou recolher o cheque e ele pergunta porque tem 1 Cristal e 1 Mojito mais caro do que os outros. Eu explico que é porque eles pediram fora do happy hour. Ele se indgina: “Mas eu estou aqui desde às 5h!!” “Meu senhor, o senhor não está aqui desde às 5h porque nós abrimos o restaurante às 5h30m (risada interna), e de todo modo, o happy hour termina as 7h30m, o senhor se recorda que eu fiz o last call?!” Ele: “Mesmo assim, essa cerveja é muito cara, em qualquer outro lugar é $4,00!” Eu: “O preço estava no cardápio, se o senhor não queria pagar esse valor, tinha a opção de não pedir cerveja”. Ele: “E a cancha (são tipo uns milhozinhos fritos) em qualquer restaurante peruano é de graça e vocês cobram!”. Eu: “Senhor, cada restaurante é diferente, o senhor tem a opção de ir nesses onde a cancha é grátis e a cerveja é barata”. Ele: “Eu não vou pagar”. Olhei, sorri com compaixão e disse: “Eu realmente espero que o senhor mude de idéia, porque eu tenho a opção de chamar a polícia”. Saí glamurosamente. A mulher não tinha onde se enfiar, estava super envergonhada. Ele pagou, claro. E não deixou tip, é claro. O que eu queria entender é onde foram parar tantos elogios, tanta felicidade. Claro que ele tem a opção de nunca mais voltar lá. E eu realmente espero que ele escolha essa opção.

Friday, October 5, 2012

Então pra que perguntar?

Cliente: “O que é a chicha morada?” Eu explico que é um suco de milho roxo, feito em casa, fervido com algumas frutas e temperos e que o sabor mais forte é de canela. Cliente: “É doce?” Eu explico que sim, mas que é adoçado com agave. Cliente: “Mas é doce? Porque eu não gosto de bebidas doces”. Eu repito que sim, que é doce. Cliente: “Mas é muito doce. Doce assim como?” Eu explico que o agave é doce, que as frutas fervidas também são doces e que o cravo e a canela acentuam ainda mais esse sabor. Que além disso, fica um pouco difícil de explicar. Cliente: “Quero provar”. O meu pensamento é: se você vai provar de todo o jeito, porque entao me fazer taaaanta pergunta? Em tempo: ele adorou a chicha.

Sunday, September 30, 2012

Confissões de garconete

Não, eu nunca cuspi na comida de nenhum cliente. Sim, já tive vontade inúmeras vezes.

Wednesday, September 26, 2012

Chinelagem

E acontecia direto na pizzaria brasileira que eu trabalhei, gente chegando, se fazendo do amigão. Digo se fazendo porque amigo meu não faz essas baixarias. Chegavam 4 pessoas, a gente confirmava: “Rodízio pra 4?” e eles davam aquela piscadinha: “Não, só 3”. Daí eu já ia tirando um prato e eles, sem graça: “Eerrrhh... não, acho que mudei de idéia, vamos todos comer”. Mas tinha aqueles insistentes, que tiravam a gente pra trouxa. Sustentavam a informação de que não iam mesmo comer. Cada vez que a gente passava pizza, o amigo do lado pedia 2 pedaços. Oh, really?! E a gente passava e a pessoa parava de mastigar, ficava com a boca cheia, fechada, sabe? Dava até pena... Vontade de dar uns trocados pra pessoa comprar um guaraná, porque pra fazer uma chinelagem dessa num rodízio de U$12,99 devia estar faltando até pro aluguel.

Monday, September 24, 2012

O indeciso

Cliente: “Estou dividido entre os saltados e o arroz chaufa”. Eu: “Os saltados são os mais populares”. Cliente: “Mesmo?” Eu: “Sim, mesmo”. Cliente: “Estou dividido entre o de carne e o de frango”. Eu: “O de carne é mais popular”. Cliente: “Mesmo?” Eu: “Sim, mesmo”. Cliente: “O que você faria se estivesse no meu lugar?”. Eu: “Pediria o de camarão porque não como nem carne nem frango”. Ha! Obs. Ele pediu o Walnut Chicken. Depois de fazer mais umas 5, 6 perguntas.

Tuesday, September 18, 2012

Então coma miojo

Essa é mais uma participação de Tici Tassele. Ela já havia mandado há alguns dias, mas como minha memória não é lá essas coisas, não publiquei de cara e acabei esquecendo. Não aconteceu com ela, mas com uma coworker dela. Tá fácil trabalhar lá não... Minha resposta para o indivíduo? Tá no título do post.

Sunday, September 16, 2012

Chili meter 2

Ah! Ainda falando do chili meter, acreditem se quiserem, tinha gente que pedia 2.5, 3.5. Poxa amigão, não é escala decimal. É um simples chili meter para melhor lhe satisfazer. Não precisa ser tão específico, né? Quer spicy? Have some balls and go for it. Ou então, pede pra sair!

Tuesday, September 11, 2012

Chili meter

No indiano que trabalhei existia um “chili meter” no menu, que era basicamente o quão spicy você queria a comida. Ia de 1 a 5. Algumas comidas não tinham como diminuir porque já vinham marinadas na pimenta. Sempre que alguém pedia a gente avisava que era super spicy. Aí vinha: “Quão spicy?” “Bem, meu senhor, como o próprio cardápio diz, de 1 a 5, ele é 5”. “ Não dá pra diminuir nem um pouquinho?” “Bom, conforme lhe avisei, este prato especificamente não dá não”. “Vou tentar”. Aí era o rebuliço na cozinha, todo mundo querendo espiar quem era o corajudo. E a expectativa reinava. 9 em cada 10 vezes era o cara pedindo água, leite, raita, alguma coisa qualquer pra diminuir aquela pimenteira toda. E uma cara rosada – um pouco pela vergonha, um pouco pela pimenta – dizendo: “Você tinha razão, é realmente muito spicy”. Éééeeee... eu sei ;)

Saturday, September 8, 2012

Prezado cliente

Nao leve sua bebida à boca no exato momento em que seu server vai fazer o refil. É irritante e você não irá levar nenhuma vantagem em tomar um golinho a mais. Agradecida.

Wednesday, September 5, 2012

Agua de pepino

Lá no peruano, nossa água é filtrada com pepino. Fica um gostinho de leve, super refreshing e é super saudável também. Às vezes, com o passar das horas, a água vai ficando com uma leve corzinha também. Volta e meia um ou outro cliente chama e reclama que a água está suja ou com gosto estranho. Algumas pessoas ainda dizem que está ruim. Mas aí a gente explica e fica tudo bem! E isso me faz pensar em como funciona a mente humana. Se eu, particularmente, acho a água com um “gosto ruim”, peço pra trocar e pronto. Pode me dizer que ela foi filtrada com pepino, limao, laranja ou ouro. Não gostei, não gostei poxa! O ser humano é muito influenciável...

Tuesday, August 28, 2012

Meu relacionamento com uma celebridade

Sim, queridos leitores, eu tive um relacionamento com uma celebridade. Ele não sabia meu nome, mas conhecia a minha doce voz ao telefone e um dia até soltou um “I missed you”. Mas nosso relacionamento não começou dos melhores. Isso porque sou uma menina difícil. Eu trabalhava no indiano não havia muito tempo. Eis que toca o telefone e a voz do outro lado interrompe o meu greeting: “Aqui é o Wilson e eu quero o meu usual”. Eu, bem fina, respondi: “Me desculpe, Sr. Wilson (nesse momento eu só conseguia pensar no vizinho do Pimentinha ou na bola do Náufrago), mas nós temos muitos clientes regulares e eu não tenho idéia do seu usual. Ele respirou fundo, impaciente, e me ditou o seu pedido. Com a minha super visão perimetral eu conseguia ver meu gerente rachando o bico. Quando desliguei ele me disse: “Sabe quem era? O Owen Wilson!”. Eu chorei de rir. Eu já o tinha visto por lá, e ele tinha sido mega antipático com uns meninos, então nem liguei. Sei que a cada telefonema eu era mais seca, até um dia que ele veio cheio dos “How are you?” pro meu lado. Daí, claro que comecei a ser simpática e ele virou meu amigão. Teve uma época que ele deu uma sumida. E quando ele ligou de novo eu disse: “Poxa, por onde você andou, Owen?”. Assim mesmo: Owen. Ele: “Eu tava na Índia gravando”. Eu: “Ah, então tava comendo comida indiana de verdade, nem sentiu falta da gente” (Eu falei que a gente ficou amigão!). Ele: “A de vocês é muito melhor, senti falta. Posso pedir o meu usual?” Eu: “Claro, já tá a caminho”. Uma época depois esse restaurante fechou pra reforma. Foi bem na época que ele tentou o suicídio. Nada me tira da cabeça que ele atentou contra a própria vida por medo de ficar eternamente sem o Chicken Tikka dele.

Monday, August 27, 2012

Prezado cliente

Ficar olhando fixamente para a minha cara, principalmente num dia busy, não vai fazer a sua comida ficar pronta mais rapidamente. Obrigada.

Thursday, August 23, 2012

Confissões de garçonete

Nós, do staff do restaurante, chamamos nossos regulars pelo nome do prato que eles sempre pedem. Tipo: “Lá vem o Akbari Lamb”, “Leva uma água pro Steak Sandwich” ou “O Eggplant Parm já pediu o cheque”.

Monday, August 20, 2012

Top 10

Eu queria mesmo era escrever uma lista: As Top 10 perguntas mais estúpidas que já me fizeram. Seriam tantas perguntas cretinas que eu teria que puxar muito pela memória – e quem me conhece sabe que esse não é meu forte. Teria que ser feita uma votação, é claro, mas uma das que entraria na lista com certeza veio de um americano: “What´s bell pepper?” !!! Se fosse um estrangeiro, tudo bem, mas um americano?! Seria a mesma coisa que um brasileiro perguntar o que é pimentão. Pimentão é pimentão, oras. Fiz uma cara que misturou incredulidade com e pena e respondi: “...well, It’s a vegetable...” Não bastando ele prosseguiu: “Tem gosto de que?”. Pô, amigo... de salsicha!

Friday, August 17, 2012

Nossa nada glamurosa vida

Isso não aconteceu comigo. Aconteceu com uma fellow garçonete, minha queridíssima amiga Tici Tassele, que achou "fofo". A explicação dela: "mas ela tinha uns 15 anos e ela perguntava tudo quanto saía com taxa! Ela pediu to go, mas eu falei "no go ahead and have a seat!" Isn't Tici adorable? Pois é... Mas eu, pessoalmente, acho que se você não tem dinheiro, não deve comer fora. Até dou uma aliviada na da garotinha por ela ser nova, embora também ache que é sempre bom aprender a tipar desde cedo.

Wednesday, August 15, 2012

Tip não é esmola

Eu sou uma garçonete meio diferente das demais. Nós da classe não fazemos dinheiro com as horas. Elas são irrisórias. Nós ganhamos nosso pão com a tip. Aqui na Califórnia o mínimo desejado é 15% do valor da conta, a galera torce por 18%, e eu sou uma garçonete de 20% pra cima. Confio no meu taco e sou otimista. Só que eu digo que sou uma garçonete diferente porque não “me vendo” pela tip. Não puxo o saco de ninguém, o que eu puder fazer eu faço, independente do cliente. Claro que se o cliente é gente boa eu vou além. E se ele for um arrogante, dificilmente eu poderei ajudar. Mais uma vez, pela maneira como o cliente me pediu e não pelo quanto eu espero ganhar. Eu também sou do tipo que, se puder escolher, prefiro uma mesa que não me dê gorjeta do que uma que me encha o saco. O dia a dia já é tão difícil e cansativo, que prefiro uns dólares a menos no bolso do que uma dor de cabeça. Agora, que dói, dói, aquele tipo que te agradece horrores, te abraça e manda lembranças à família e no fim te deixou U$3 de uma conta de U$50. Eu prefiro acreditar que a pessoa não sabe do esquema, porque senão me sinto trouxa. No indiano rolava direto, a conta dava U$30,37 e o cara arredondava o cartão pra U$31. Na boa, eu prefiro que você não me dê tip, faz de conta que não sabia, mas dar centavos é humilhação. Tip não é esmola.

Saturday, August 11, 2012

Ai, que vontade que dá..

Dai o cara chega seco pra tomar uma: “Me vê uma Blue Moon.” Eu: “Sinto muito, estamos em falta.” Ele: “Meeeeesmo?” (tom de fim do mundo). Eu, com uma forçada cara de pena: “Sim, me desculpe.” Ele, ainda não acreditando: “Tem certeza?” E vem a vontade de dizer: “Na verdade tá cheio de Blue Moon, mas não quero te vender, tô guardando prum cliente mais legal.”

Wednesday, August 8, 2012

A maldição da pizza

Trabalhei num lugar que tinha a maldição da pizza. Era um sports bar. A maioria dos pratos ficava pronto razoavelmente rápido, tirando a pizza, que levava cerca de meia-hora. O cliente pedia e a gente já avisava. Pra quem não sabe, americano é do tipo que senta, pede, come, paga e vai embora em questão de 20 minutos. Acha que todo lugar é MacDonald’s. Esse restaurante fechou e nas últimas semanas o dono já tinha virado um bêbado solitário. Ele cortava as garçonetes na condição de elas ficarem ali bebendo com ele. E não fechava o restaurante nunca mais. A gente com os pés doendo, louca pra ir embora e ele lá, tomando shot de Patrón, contando vantagem sei lá do que. Sei que TODA A ULTIMA MESA QUE ENTRAVA virava pra gente e pedia pizza. Pqp! Era ficar lá pelo menos mais 1 hora pra ganhar $3, $5 de tip... Não valia a pena MESMO!! Foi daí que desenvolvi uma técnica. Ficava sentada com o patrão, só de olho na porta. Quando alguém se aproximava eu corria lá na frente, mais rápida do que a ema selvagem, e falava que já estávamos fechados, sempre olhando e apontando pra um dos lados. A pessoa, claro, achava que eu era louca, but I coudn’t care less. Eu nunca mais ia vê-la na vida mesmo. Quando eu voltava pra dentro e o dono perguntava o que eles queriam, eu sempre dizia que eles estavam procurando o Coffee Bean ou o cinema. E só pra deixar claro, 9 entre 10 perguntas do cliente era: “vocês tem pizza?” Ah, também rolava muito o “tem, mas acabou”, pro lance da “apontação” não ficar muito batido.

Monday, August 6, 2012

Boa noite

Boa noite pra vc que fez $8,00 no dinner shift.

Só depois dos 21

E o cara que não queria que o filho adolescente pedisse “Penne a la vodka” porque ele não tinha idade legal para consumir álcool.

Thursday, August 2, 2012

Tem mais nada não

O cliente chega, senta, lê o menu com calma e coisa e tal. Aí chega pra você e pergunta o que você mais gosta. Você pronta e rapidamente responde, citando alguns pratos. Aí ele pergunta o que mais. Você dá mais 2 ou 3 opções. E ele, ainda não contente, pergunta o que mais. Bom, meu senhor, agora que eu já lhe disse todo o menu, na real, não tem mais nada do que eu goste não.

Monday, July 30, 2012

Vitamina

No restaurante indiano que eu trabalhei o dono tinha varios amigos. Quer dizer, o dinheiro dele tinha. Don’t get me wrong, ele era um super nice guy, mas ô íman de gente interesseira! Toda quarta-feira ele fazia um wine tasting. Só que era muito engraçado perceber que nas quartas que ele avisava que não ia, não aparecia ninguém. Nos outros dias tinha de tudo, namorada, ex-namorada, amigos, donos de distribuidora de vinhos e até mesmo de vinículas, que iam mesmo era pela free food. E vou te contar que ninguém entendia nada de nada. Mesmo os que trabalhavam com vinho. Nem eu, nem o gerente aguentávamos o bando de folgados que ía toda semana, enchiam os pacovás e tinham a pachorra de deixar 1 ou 2 doleta, quando deixavam. O processo era o seguinte: cada um levava uma garrafa de vinho (poucos, pouquíssimos, levavam vinhos caros), nos entragava e nós colocávamos em uma brown bag. Alguns vinhos requeriam decantação, então nós despejávamos em uma outra garrafa de vinho. O que nós fazíamos era colocar restos dos mais diversos vinhos que tivéssemos aberto em uma dessas garrafas e juntávamos às outras. Nós a chamávamos carinhosamente de ‘vitamina’. As bags e garrafas eram numeradas e começava a degustação. Cada um experimentava (a idéia era degustar e cuspir, mas 9 entre 10 engoliam mesmo e saiam de lá breacos) e anotava num papel o que achou de cada vinho, dando nota. No final eles juntavam os pontos e elegiam o vencedor. Por diversas semanas a vitamina ganhou o primeiríssimo lugar.

Wednesday, July 25, 2012

Good enough

Em todo lugar em que trabalhei, sempre tinha um cliente que achava que eu era do respectivo. Tá, menos no sports bar americano, que o sotaque entrega muito. E também no chinês que meu cabelo é lisão, mas meu olho até que bem redondinho. No mexicano, que foi meu primeiro emprego aqui, fui obrigada a aprender o espanhol. O amigo nem perguntava, já chegava dizendo “Hola!”. No italiano perguntavam de que parte da Itália eu era. Meio sem gracinha eu dizia que era do Brasil, mas minha nona de Veneza. (Não é mentira não. Mas eu nunca cheguei a conhecer a minha avó, muito menos chamá-la de Nona). E, acreditem, no indiano me perguntavam se eu era da Índia. Claro, não os clientes indianos. Daí eu dizia que era mesmo, só pra agitar. Esses dias no peruano me perguntaram se eu era peruana. Eu, bem simpatiquinha disse que era do Brasil. “Good enough”, foi a resposta. Agora me digam, good enough por que?? Além de ambos os paises serem no mesmo continente, quase nada mais bate. Nem língua, nem looks e apenas uma pontinha faz divisa. Good enough por que?? Porque eu sendo “praticamente” peruana, o senhor se sente confortável em comer a comida daqui? Já refleti mil vezes e até agora não entendi o maldito good enough.

Sunday, July 22, 2012

Mais alguma coisa?

Trabalhei numa pizzaria que devia tem um magneto pra gente tonta. Cada pergunta que se fazia! So quem trabalhou lá pra saber. Você passava a pizza e informava os sabores. Por exemplo: "Temos de alho e palmito". Aí, sem conseguir identificar a diferença visualmente, o cliente apontava para uma das metades e perguntava: "Qual é essa?". Você respondia: "Palmito". Como se a dúvida não cessasse, apontava para a outra metade: "E essa?". Aff! Ou perguntavam: "O que mais leva a pizza de calabresa?" Você prontamente: "Queijo, cebola e linguiça calabresa. "Mais alguma coisa?" (...Se tivesse mais alguma coisa eu acho que játeria dito, meu amigo...)

Thursday, July 19, 2012

Pediu, vai comer

Eu ouço a menina comentar com a amiga: “Sério mesmo que eles só nos deram 3 pedacinhos de pão?” Eu, com toda simpatia explico: “Há muita gente que nem come, então vai fora. Para evitar desperdício nós damos esse tanto. Mas vocês podem repetir sem problema nenhum. Querem mais pão?” Elas respondem que sim e eu levo. No final, limpando a mesa, vejo os 3 pedacinhos da segunda leva ali, intactos. Da ou não da vontade de enfiar goela abaixo?

Friday, July 13, 2012

Prezado server wannabe

Se você está procurando emprego e resolve experimentar a comida e o atendimento, a Tia Rô te dá uma dica: trate bem o seu garçom e dê uma boa - ou pelo menos razoável - gorjeta. Sim, nós iremos comentar o tamanho da sua generosidade com os nossos superiores. Agradecida.

Tuesday, July 10, 2012

O plano secreto das hostesses

Nove anos trabalhando em restaurante e uma coisa eu posso dizer com toda certeza: cliente não confia em hostess. Eles acham que elas tem um plano diabólico pra não deixar ninguém sentar nas mesas boas. Tipo, que as meninas as guardam pra caso a rainha da Inglaterra chegue ao restaurante de surpresa. O restaurante razoavelmente vazio, arrasando, oferece a melhor mesa. Os clientes se olham, apontam praquela mesinha chinfrim perto da porta do banheiro: “podemos sentar aqui?” Aí você não quer se irritar. O cliente chega e você diz: “Podem sentar-se em qualquer lugar.” Eles se olham, analisam, refletem, trocam ideias, olham pra todas as mesas, se olham novamente. É a escolha de Sofia. Se tiver uma mesa suja, uma única mesa suja, dou meu dedo mindinho que eles vão pedir pra sentar ali. Sem contar o cliente sem noção que chega num restaurante bombando, sabado a noite, e quer sentar com a namorada naquela mesa pra quatro e faz cara feia, quando você, com toda educação que lhe é peculiar, explica que “essa é uma mesa que cabem até quatro pessoas, e numa noite movimentada como essas, seria preferível que eles se sentassem numa mesa pra dois”. E não se enganem. Tem também o cliente que chega com outras 10 pessoas, desacreditam que não tem mesa disponível no momento e juram por tudo que vão caber naquela mesa para quatro pessoas bem no meio do restaurante.

Thursday, July 5, 2012

May I see your I.D.?

O rapaz entra com o pai e a irmã no restaurante, cada um pede uma sangria. Eu peço a carteira de identidade do rapaz e da moça. Ela mostra. Ele faz cara feia e murmura alguma coisa que entendi ser algo do tipo “esqueci no carro e não quero ir até lá buscar”. Eu meio que desacreditei, afinal, se eu quero beber, eu tiro uma carteira vocês bem sabem de onde. Mas como não entendi muito bem, pergunto o que ele falou. “Está no meu bolso e eu não quero tirar”. Eu: “No seu bolso?!” Ele: “É, no meu bolso”. “E o senhor não quer tirar a carteira do seu bolso?!” (Foi difícil acreditar, minha gente!). “É, não quero”. “Então infelizmente não posso lhe vender a sangria”. “Bom, é a sua venda”. “Não, meu senhor, é o cumprimento da lei da Califónia. Só estou seguindo as regras. Uma sangria não fará diferença no meu bolso, muito menos no do restaurante, mas com certeza faria no seu humor”. Há!

Tuesday, July 3, 2012

Chocolate dipped fortune cookie

Eu DESTESTO treinar. Mas sou bem boa nisso. Ensino bem diretinho que é pra não ter que ensinar de novo. Ensino não só o que se deve, mas principalmente o que não se deve fazer. No chinês que eu trabalhaei era uma de entrar e sair server. E eu sempre treinando. Um belo dia estou treinando esse rapaz, daqueles tipo modelo, que veio pra L.A. pra make it in the business. Ele me seguiu o dia inteiro, eu falando, ele escutando. Eu explicando, ele absorvendo. Eu falando um pouco mais, ele prestando bem atenção. No final do dia, eu mega atenciosa, pergunto: “alguma duvida?”. Ele mais do que depressa, no melhor estilinho “estava mesmo esperando esse momento”, atira: “a gente pode comer os chocolate fortune cookies?”. É, meu povo. Por essas e outras que eu detesto treinar.

Friday, June 29, 2012

Prezado cliente,

Por favor não fale de boca cheia. Por mais ocupada que eu esteja, prefiro esperar 5 segundos você engolir sua comida a vê-la esmigalhando-se em sua boca. Agradecida.

Wednesday, June 27, 2012

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Eu até gosto de dar sugestões. Sou boa nisso. Até porque sou bem sincera. Se o cliente me pergunta, por exemplo, sobre um prato com frango, eu explico que não como frango, mas que o prato é bem popular. Acabo falando sobre algo que eu realmente gosto, explicando texturas, cores e sabores. Se o cliente me pergunta qual dos sanduíches eu gosto mais ou qual pasta é a mais pedida, eu falo na maior boa vontade. Mas quando o amigo me vem com: “o que é melhor, a quesadilla ou a guacamole?” ou “a pasta bolognesa ou a mediterranean salad?” dá vontade de responder: “o bolo de chocolate”. Pow, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa completamente diferente.

Monday, June 25, 2012

Os apressadinhos

Não gosto de cliente impaciente. Aqueles impacientes do nada mesmo. Tipo, o cara senta e já pede uma bebida, que nem no menu tem. Calma, meu! Tenho outros clientes pra atender que chegaram antes e estão esperando. Só fiz a gentileza de sentá-lo pra você não ficar parado feito um tonto na porta atrapalhando o tráfego. Ou então aquele tipo que nem olha o menu e já pergunta: “o que vocês tem?”. Eu, como sou metida a engraçadinha digo: “comida!”, dou uma risada e já garanto meus 18% de tip. Mas tenho vontade de 2 coisas. A primeira é recitar o menu inteirinho. A segunda é dizer: “dá pra olhar o menu, Zé Preguiça?, e só depois me perguntar as dúvidas??”

Saturday, June 23, 2012

Gosto de que?

E essa é de hoje, meu povo, saidinha do forno. A mesma pessoa conseguiu a proeza de me fazer essas 3 perguntas: “Esse frango ao alho, tem muito alho?”, “Esse frango ao creme de nozes leva muito creme?”, “O chocolate cake de vocês é very cakey? Very chocolaty?” Minha senhora, vamos partir do princípio que os pratos levam os nomes das suas principais características. O de alho tem muito alho, o de creme leva creme e o bolo de chocolate é um bolo bolo, e com bastante chocolate. Não, eu não respondi isso. Só disse “sim” e um sorriso pra todas as questões.

Friday, June 22, 2012

Tentando agradar

Casal de quase-idosos senta-se à mesa. Ela chicona e com um esmalte igual ao meu. Eu, toda pimpona, puxo um papo: “Bonito esmalte” . A senhora sorri enquanto o senhor levanta a voz: “Escuro demais. Eu, meio sem graça, mostro as unhas, como quem diz: “entendeu?” e tento ajeitar: “Ah.. eu gostei”. O senhor olha bem pra minha fuça: “Es-cu-ro de-mais”. Bom dia pra você também.

Monday, June 18, 2012

Sweet little old man

Teve aquele senhor agradável uma vez. Eu, com a jarra de água, prestes a encher o copo dele: "Mais água, senhor?" Um sutil levantar de sobrancelhas precede a resposta: "Se eu quisesse mais água teria lhe pedido." Aaaawww, que querido!

Sinal universal

Você está longe, mas numa distância razoável para ver e ser vista. O cliente te chama até a mesa. Você caminha todo aquele corredor, por entre as mesas. “Licença” daqui, “já volto” dali. Chega na mesa, ele olha bem pra sua cara e diz: “a conta por favor!” Sério mesmo? Fazer aquele movimento universal de assinar no ar é muito difícil?